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Alta do IOF ameaça setores que mais geram empregos no país: comércio e serviços

Para o presidente da CACB, Alfredo Cotait, medida é prejudicial ao setor produtivo e injusta com quem mais contribui para a economia




Responsáveis por mais de 70% dos empregos formais criados em abril, os setores de comércio e serviços devem sentir com mais intensidade os efeitos do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), anunciado pelo governo federal. Com forte dependência de crédito, principalmente entre pequenas e médias empresas, essas áreas correm o risco de ver encarecer operações essenciais, como financiamentos de capital de giro e seguros de saúde e veículos. 

Em abril, juntos, comércio e serviços abriram 184 mil vagas, de um total de 257.528 postos formais, segundo dados do Caged. Para o presidente da CACB, Alfredo Cotait, a medida é prejudicial ao setor produtivo e injusta com quem mais contribui para a economia.

“Quem pagará essa conta do aumento do IOF? O empresário, principalmente o da pequena e média empresa, que mais depende de crédito, o trabalhador, o consumidor. Em outras palavras, o Brasil real”, afirma. 

André Galhardo, economista-chefe da Análise Econômica de São Paulo, analisa que o aumento do IOF pode sim afetar os setores de comércio e serviços. Para ele, mais do que o impacto financeiro direto sobre empresários e consumidores, o anúncio das mudanças foi mal recebido porque indica uma possível dificuldade do governo em fazer ajustes pelo lado da despesa.

“Apesar dos números positivos das contas públicas registrados ao longo dos últimos meses, esse IOF foi inoportuno não apenas em relação ao impacto financeiro que trará pras empresas e para os consumidores, mas sugere que o governo possa enfrentar dificuldades para cumprir as metas estabelecidas pelo novo arcabouço fiscal, sobretudo a partir do ano de 2027”, afirma Galhardo.

Números positivos do mês de abril

O Brasil registrou a criação de 257.528 vagas formais de trabalho em abril, com destaque para os setores de Serviços e Comércio, que lideraram a geração de empregos. O setor de Serviços foi o principal responsável pelo crescimento, abrindo 136.109 vagas no mês, puxado especialmente pelas áreas de informação, comunicação, serviços financeiros, imobiliários, profissionais e istrativos que, sozinhas, responderam por mais de 52 mil postos. O Comércio também teve bom desempenho, com a criação de 48.040 vagas, representando um crescimento de 0,45%.

Juntos, os dois setores responderam por 71% do total de empregos formais criados em abril, somando 184 mil novas oportunidades. No acumulado do ano, de janeiro a abril, o resultado é ainda mais expressivo: Comércio e Serviços geraram 541 mil postos de trabalho com carteira assinada, o que reforça a importância dessas atividades na recuperação e no fortalecimento do mercado de trabalho brasileiro. Os dados são do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgado na última quarta (28) pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

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LOC:  Responsáveis por mais de 70% das vagas de emprego formal criadas em abril, os setores de comércio e serviços podem ser os mais impactados pelo aumento do IOF, o Imposto sobre Operações Financeiras, anunciado pelo governo federal. A medida afeta diretamente operações como crédito e seguros — essenciais para pequenas e médias empresas — e pode encarecer serviços como planos de saúde e seguros de veículos, afetando também o consumidor final.

Em abril, comércio e serviços somaram juntos 184 mil vagas formais, de um total de mais de 257 mil postos de trabalho com carteira assinada. O setor de serviços liderou com 136 mil novas vagas, seguido pelo comércio, com 48 mil. Os dados são do Caged, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil, Alfredo Cotait, criticou a decisão do governo. Segundo ele, a medida é injusta e prejudica especialmente os pequenos negócios. Abre aspas:

“Quem pagará essa conta do aumento do IOF? O empresário, principalmente o da pequena e média empresa, que mais depende de crédito, o trabalhador, o consumidor. Em outras palavras, o Brasil real”, fecha aspas.

Já o economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, reconhece que o impacto financeiro da medida existe, mas aponta outro problema: a mensagem negativa que o aumento do imposto transmite.
 

TEC/SONORA: André Galhardo, economista-chefe Análise Econômica 
 

“Apesar dos números positivos das contas públicas registrados ao longo dos últimos meses, esse IOF foi inoportuno não apenas em relação ao impacto financeiro que trará pras empresas e para os consumidores, mas sugere que o governo possa enfrentar dificuldades para cumprir as metas estabelecidas pelo novo arcabouço fiscal, sobretudo a partir do ano de 2027.”
 


LOC.: No acumulado do ano, de janeiro a abril, os setores de comércio e serviços já abriram 541 mil postos de trabalho formais, mostrando sua importância para a economia brasileira — e também o potencial risco de desaceleração caso o custo do crédito aumente.

Reportagem, Lívia Braz