Data de publicação: 06 de Dezembro de 2023, 08:35h, Atualizado em: 01 de Agosto de 2024, 19:32h
No Rio Grande do Sul, o aumento das infecções por HIV e Aids continua sendo um desafio de saúde pública. De 2020 a 2022, houve um crescimento de 3% nos casos de infecção pelo HIV, ando de 2.836 notificações para 2.920 no ano ado. De acordo com o Boletim Epidemiológico do HIV e da Aids 2023, o estado está na sexta posição de maior índice no país, com 23,9 casos por 100 mil habitantes.
Em relação ao índice de mortalidade, o Rio Grande do Sul lidera com 7,3 mortes por 100 mil habitantes, superando a média nacional de 4,1. Em 2022, o estado registrou 1.130 mortes com a Aids como causa básica notificada. Os dados do boletim vão até o dia 30 de junho de 2023, cobrindo assim apenas o primeiro semestre do ano.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Rio Grande do Sul, a situação epidemiológica do HIV/Aids está ligada a desigualdades sociais e a permanência de estigmas e preconceitos a respeito da doença. O médico infectologista Hemerson Luz também atribui a desinformação de como o HIV é transmitido, quais os primeiros sintomas e locais de testagem ao aumento das transmissões.
“Além do próprio preconceito e esses os que podem ter uma relação direta com as condições sociais, sabemos que as pessoas em estado de vulnerabilidade, ou mesmo que estejam com menor o ao poder aquisitivo têm uma menor possibilidade de alcançar esses fatores preventivos”, avalia.
De acordo com os Indicadores e Dados Básicos do HIV/AIDS nos Municípios Brasileiros, ao todo, em 2023, foram contabilizados 1.206 casos de Aids no estado. Sendo 706 homens, 500 mulheres, 10 em crianças menores de 5 anos e 91 jovens de 15 a 24 anos de idade.
Índice de infecção nos municípios
Porto Alegre é a capital que registrou o maior índice em um levantamento entre os dados de 2018 a 2022, que leva em consideração as taxas de detecção na população geral, mortalidade e registros em menores de cinco anos de idade.
Em relação aos 100 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes, com base no mesmo índice composto para o período (2018-2022), o Rio Grande do Sul tem seis cidades representadas: Canoas na 2ª posição, Gravataí em 7º, Novo Hamburgo em 33º, Bagé em 44º, Pelotas em 64º e o Fundo em 81º.
Prevenção
As principais ações de combate ao HIV no Rio Grande do Sul incluem:
- Ampliação da testagem rápida para HIV.
- Disponibilização da profilaxia pré-exposição (PrEP) e pós-exposição (PEP) ao HIV.
- Tratamentos efetivos para controlar a carga viral e tornar o HIV indetectável, prevenindo a transmissão.
Além disso, o estado implementa estratégias como o Projeto Geração Consciente, uma iniciativa colaborativa focada na educação sexual e reprodutiva de jovens estudantes, em parceria com a Secretaria da Saúde, a Secretaria da Educação, Unesco, Unaids e o programa RS Seguro.
Dezembro Vermelho
Este ano, a Secretaria de Estado da Saúde do Rio Grande do Sul lançou uma campanha de prevenção e diagnóstico do HIV/Aids para redes sociais e rádios. A iniciativa destaca a importância da testagem regular, do uso de preservativos e gel lubrificante, além de encorajar o o às profilaxias disponíveis.
A campanha enfatiza a necessidade de diagnósticos precoces e tratamento imediato, visando preservar a vida e alcançar carga viral indetectável para evitar a transmissão do vírus e faz parte do Dezembro Vermelho, uma mobilização nacional na luta contra o HIV, Aids e outras ISTs, instituída no Dia Mundial de Luta Contra a Aids, em 1º de dezembro.
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