LOC.: O comércio entre Brasil e Estados Unidos cresceu 36% nos nove primeiros meses de 2022 em relação ao mesmo período do ano ado e alcançou a marca de 67 bilhões e 300 milhões de dólares. A troca de bens entre os dois países este ano bateu recorde histórico, de acordo com a Câmara Americana de Comércio, a Amcham Brasil.
Segundo o Monitor do Comércio Brasil-EUA, a corrente de comércio entre os dois países deve ultraar os 80 bilhões de dólares em 2022, o que seria uma marca inédita.
Para o professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) Juliano da Silva Cortinhas, o aumento do fluxo comercial entre os dois países pode ser explicado por vários fatores.
TEC./SONORA: Juliano da Silva Cortinhas, professor de Relações Internacionais da UnB
“Em grande medida, o que está por trás desse aumento é que a gente está com uma moeda desvalorizada, a gente ou por um processo de desindustrialização, o que não é bom, mas que posicionou a nossa economia para uma economia de commodities e, aí sim, com a guerra da Ucrânia e da Rússia, esse boom de commodities aumentou o valor da nossa pauta exportadora”.
LOC.: A venda de produtos brasileiros aos EUA aumentou 26%, chegando aos 27 bilhões e 900 milhões de dólares, valor recorde no acumulado em nove meses. Segundo o especialista, a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China, os dois maiores parceiros comerciais do Brasil, também contribuiu para que o Brasil exportasse mais para os norte-americanos.
TEC./SONORA: Juliano da Silva Cortinhas, professor de Relações Internacionais da UnB
“EUA e China estão ando por um processo de afastamento. Isso abre espaço para outros países aumentarem seus níveis de comércio com os Estados Unidos. Nesse sentido, a gente aproveitou esses reequilíbrios do mercado internacional de produtos”.
LOC.: De acordo com a Amcham, as importações do Brasil vindas dos EUA cresceram de modo mais acelerado do que as exportações Em valores absolutos, o Brasil importou cerca de 39 bilhões e 400 milhões de dólares dos norte-americanos, marca recorde, que é 44,1% maior do que no ano ado.
Reportagem, Felipe Moura.