TEC./SONORA: Povo fala
“Sou Clarice, sou de Brasília. Sou Juliana Lauria, Isabela Soares, moro em São Paulo. Sou Talita Lourenço, do Rio de Janeiro. Danielle Ribeiro, Águas Lindas, Goiás. Sou Denise Sivieri e sou de Uberaba. Sou Líndice. Sou Lidia, de Recife. Sou Melissa e sou de Belo Horizonte, Minas Gerais.”
LOC.: Somos muitas, com muitas histórias de luta e superação que se encontram. Neste dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional das Mulheres. A data foi oficializada pela ONU, em 1975, mas lembra um momento muito anterior quando operárias de uma fábrica em Nova York entraram em greve, em 1857, para reivindicar melhores condições de trabalho. Elas foram trancadas na fábrica e, devido a um incêndio, 129 morreram. ados 165 anos da tragédia, muitas das pautas levantadas pelas americanas ainda precisam ser alcançadas no mundo. Para a presidente da Comissão Nacional de Mulheres da OAB, Cristiane Damasceno, um dos maiores desafios enfrentados pelas mulheres atualmente é o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
TEC./SONORA: Cristiane Damasceno, presidente da Comissão Nacional de Mulheres da OAB.
“A questão dos salários, essa equiparação salarial é uma luta constante das mulheres. Nós não podemos esquecer que nós temos dados que indicam que as mulheres ganham sim menos que os homens, mesmo ocupando as mesmas funções. Então essa é uma uma luta pela igualdade que vai ser incessante até nós alcançarmos o mesmo patamar. Porque já que nós exercemos a mesma função, temos a mesma capacidade. Por que não ganhar o mesmo salário?”
LOC: Uma pesquisa realizada por uma empresa de recrutamento verificou que, em 2021, as mulheres chegavam a ganhar 34% a menos do que os homens que desempenhavam a mesma função. A diferença salarial, contudo, é menor em cargos de menor complexidade e entre as pessoas mais jovens. A advogada quilombola e ativista, Josefina Serra, defende que, apesar de ser um debate fundamental, quando se olha para as questões de raça e gênero, ainda há um longo caminho a percorrer.
TEC./SONORA: Josefina Serra, advogada e ativista
“Sou advogada, quilombola, ex-empregada doméstica, então represento a maioria da população feminina no Brasil. Infelizmente, apesar de hoje a gente ver a popularização dos debates sobre igualdade de gêneros por causa do feminismo e o combate ao machismo. Mas ainda a desigualdade salariais, violência sexual, feminicídio, baixa representatividade política. Isso é evidente. Então a nossa luta ainda vai continuar durante muito tempo."
LOC.: As mulheres são a maioria da população brasileira, 52,2% do total, segundo dados do IBGE. Mas são as que mais sofrem com o desemprego. Dados da última Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílio (PNAD) mostraram que 17,1% das mulheres estão desempregadas, enquanto 11,7% dos homens estão nessa condição.
Reportagem, Angélica Córdova