LOC.: Uma Portaria do Ministério do Trabalho e Emprego, prevista para entrar em vigor no dia 1º de julho, pode mudar as regras de funcionamento do comércio aos domingos e feriados — e a medida tem gerado forte reação do setor produtivo. A norma exige negociação coletiva com sindicatos para permitir que estabelecimentos funcionem nesses dias, acabando com a autorização automática vigente.
A mudança preocupa empresários e trabalhadores, já que os fins de semana e feriados são os períodos de maior movimento e vendas, principalmente para pequenos e médios negócios.
A Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil (CACB) considera a portaria um retrocesso, que engessa o comércio e interfere na autonomia dos trabalhadores, que veem nos turnos alternativos uma chance de aumentar a renda.
TEC/SONORA: Alfredo Cotait, presidente da CACB
"Ela é um retrocesso. Exatamente nos domingos e feriados que os nossos comerciantes, de várias atividades, têm os seus melhores dias para fazer as vendas. Estão todos necessitados de que gerar mais renda e vender os seus produtos.”
LOC.: Especialistas em direito do trabalho também demonstram preocupação com os impactos operacionais da medida. A advogada Priscilla Pacheco destaca os riscos de insegurança jurídica e aumento de custos.
TEC/SONORA: Priscilla Pacheco, especialista em direito e processo do trabalho
“A crítica principal é que exigir negociação coletiva em todos os casos pode gerar insegurança jurídica, aumentar os custos e até inviabilizar o funcionamento em datas estratégicas, como feriados prolongados e datas comemorativas. Outro ponto recorrente é que a regra desconsidera as diferenças regionais e a diversidade das negociações no país.”
LOC.: A portaria já foi adiada três vezes. Uma nova rodada de negociações entre o governo e entidades empresariais será realizada nesta terça-feira, 3 de junho, no Ministério do Trabalho. Enquanto isso, o setor produtivo reforça que é preciso liberdade para trabalhar — não mais obstáculos.
Reportagem, Livia Braz