LOC: Representantes de entidades que participaram da audiência pública realizada na semana ada pela ANM (Agência Nacional de Mineração) entendem que o órgão está fazendo um trabalho “razoável” para aperfeiçoar os critérios de distribuição da CFEM (Compensação Financeira pela Exploração Mineral) aos municípios que são afetados indiretamente pela atividade.
O dinheiro da CFEM, conhecida como “royalty da mineração”, é arrecadado junto às empresas que atuam no setor e é reado mensalmente pela ANM aos municípios que produzem minérios e, também, aos municípios que não produzem — mas são afetados pela extração mineral. As novas formas para a distribuição dos recursos a esses municípios afetados pela atividade foram discutidas pela ANM no último dia 20 de outubro, através de audiência pública virtual, cujo vídeo foi publicado no canal que a Agência mantém no Youtube.
Para o secretário-executivo da ABPM (Associação Brasileira das Empresas de Pesquisa Mineral), Miguel Nery, as discussões promovidas pela agência estão sendo bem recebidas pela maioria dos interessados no assunto. Ele explicou que a ABPM considera justa a destinação, para os municípios considerados afetados pela mineração, de um percentual de 15% do valor arrecadado através da CFEM.
SONORA: Miguel Nery secret executivo ABPM
“A ANM precisa, de fato, regulamentar a distribuição desses valores para que esses municípios possam ar a fazer jus e ar os recursos, proporcionando as melhores condições de saúde, educação e outros benefícios sociais, ou mesmo contribuindo para o fortalecimento e a diversificação da economia local dessas cidades. Com isso, a mineração contribui para o desenvolvimento local e regional de forma sustentável para toda a população."
LOC: Já o ex-presidente e atual consultor da AMIG (Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil), Waldir Salvador, declarou que os representantes da entidade entendem que “foi muito ponderada” a forma como a ANM apresentou os novos parâmetros para a distribuição da CFEM. Segundo o consultor, um dos exemplos desse aprimoramento é a proposta de regionalizar a distribuição dos royalties, de acordo com o impacto que a atividade mineral causa no território de cada estado e de cada município.
Durante a audiência promovida pela Agência Nacional de Mineração, os representantes da AMIG demonstraram preocupação com a queda da arrecadação de alguns municípios afetados pela mineração — principalmente os mais pobres, que já estavam acostumados a receber a CFEM e que agora, terão que se adaptar às novas regras.
SONORA: Waldir Salvador, ex-presidente e atual consultor da AMIG
“A sugestão que a AMIG fez, é que eles criassem uma forma para municípios que perdem com novos critérios de uma maneira muito abrupta, que exista uma transição, para eles fazerem uma acomodação orçamentária em cima disso. Mas fora isso, a gente achou que a forma de interpretação dos critérios da Agência e o que ela está pretendendo fazer é sensato. Em vez de fazer, por exemplo, a distribuição de ferrovia por toda arrecadação de ferrovias, do país inteiro, eles querem regionalizar. Então, a distribuição de transporte ferroviário do Pará vai ser distribuída entre os municípios do Pará. E está corretíssimo. Isso é um aprimoramento."
LOC: A CFEM é um dinheiro arrecadado junto às empresas que exploram a mineração no Brasil. Esses recursos são distribuídos aos municípios onde os minérios são produzidos.
Mas uma parte menor desta arrecadação também é reada aos municípios que são afetados indiretamente pela atividade — mesmo que não produzam minérios —, mas que tenham seus territórios usados para o transporte da produção. Nestes dois casos, os pagamentos dos "royalties da mineração" são feitos através da ANM. De acordo com a Agência, os rees aos municípios afetados pela atividade mineral devem voltar a acontecer a partir de dezembro deste ano, já com as novas regras de cálculos que estão sendo estudadas pela autarquia.
Reportagem: Jose Roberto Azambuja