LOC.: O aumento médio do consumo mundial de água nos próximos anos deve ser de 50%. E países como o Brasil devem ter aumento em torno de 80%. A tendência do aumento do consumo até 2050 se deve tanto ao crescimento da população como à maior demanda provocada pela universalização do saneamento. Atualmente mais de 35 milhões de brasileiros não têm o a água potável e 100 milhões não contam com um serviço de esgoto. O novo marco legal do saneamento promete resolver o problema até 2033.
Samuel Barreto, gerente da TNC Brasil, organização não governamental que promove a preservação da água, explica que, com menos esgoto sendo despejado nos rios, o Brasil vai conseguir despoluir mais cursos d’água e, consequentemente, haverá mais do recurso para atender ao aumento da demanda por água potável nos próximos anos.
TEC. SONORA: Samuel Barreto, gerente da TNC Brasil
“É preciso avançar com a implementação desse marco legal, porque vai ser uma transformação muito importante do ponto de vista da recuperação dos rios. Porque quando a gente fala de poluição de água, um relatório da ANA (Agência Nacional de Águas) mostra que nós temos algo em torno de 116 mil km de rios com algum comprometimento. Isso é quase um terço do caminho entre a Terra e a Lua. É o que temos de rios com algum tipo de poluição no Brasil. Investir no saneamento e no o à água é fundamental”.
LOC.: A deputada federal Carla Zambelli, do PL de São Paulo, destaca que o Brasil tem muita disponibilidade de água, mas sofre com escassez hídrica por falta de investimento.
TEC. SONORA: deputada federal Carla Zambelli
“A gente não pode ignorar que o baixo investimento em infraestrutura é tão responsável pela crise quanto quaisquer outros agentes. O Brasil tem um índice pluviométrico intenso e a gente é a maior reserva hidrológica do mundo. Se existe crise hídrica, isso se dá por sucessivos governos que deixaram de cuidar desse item tão caro à vida das pessoas. E você pode ter certeza, o maior problema é o saneamento básico”
LOC.: O novo marco do saneamento, sancionado em 2020, e o Plano Nacional de Segurança Hídrica, de 2019, preveem investimentos superiores a R$ 500 bilhões em infraestrutura para garantir a universalização do saneamento.
Reportagem, Luciano Marques