LOC: O estado mais rico do país, São Paulo, gastou 4,6% do orçamento total com despesas relacionadas à Justiça, em 2022. Entre elas, salários de juízes, promotores, que giram em torno de TRINTA MIL REAIS mensais. Mas, proporcionalmente, é o Maranhão a Unidade da Federação com maiores: 12,5% do orçamento estadual. Segundo um levantamento feito pela plataforma Justa, DOIS BILHÕES E OITOCENTOS MILHÕES DE REAIS foram gastos no estado maranhense em 2022, para custear as despesas ligadas aos Tribunais de Justiça e Defensoria Pública do Maranhão.
O estudo considerou 12 estados e, em todos eles, os gastos ligados a salários e despesas do Judiciário superam os da União — que investe 1% do Orçamento no Poder Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública. No total, em 2022, os gastos dos estados levantados pelo estudo somam mais de CINQUENTA E DOIS BILHÕES DE REAIS.
O que para o economista chefe da Análise Econômica, de São Paulo, André Galhardo, não é ilegal, mas "imoral".
TEC/SONORA: André Galhardo, economista chefe da Análise Econômica, de São Paulo
“Olhando para o Brasil e considerando que quase 100 milhões de pessoas recebem uma renda per capita que não supera os R$ 300 por mês, ver um salário acima do teto constitucional — mais de de R$ 40 mil — isso é imoral.”
LOC.: O levantamento mostra que as despesas com o Tribunal de Justiça do Maranhão somaram DOIS BILHÕES DE REAIS em 2022. Valor maior do que a soma do que foi investido no Maranhão em transporte, assistência social, saneamento básico, indústria e habitação.
Além dos altos salários pagos aos servidores da Justiça, ainda existem gastos extras — que, como revela o estudo — nem sempre é possível descobrir a natureza do benefício. O poder Jjudiciário goza de uma autonomia garantida pela Constituição Federal, prevista no artigo 92.
Segundo o assessor de orçamento Cesar Lima, “isso faz com que eles possam propor aos legislativos – tanto federal quanto estádios — normas que os beneficiem de forma indireta, aumentando os valores por eles recebidos.”
TEC/SONORA: Cesar Lima, assessor de orçamento
“É importante que a imprensa se debruce sobre isso, para que dê visibilidade a essas questões, que elas possam, na medida que sejam irregulares, possam ser combatidas. A partir do momento que a sociedade está ciente do problema, gera-se um embate muito mais efetivo contra esse tipo de ocorrência.”
LOC.: Só a título de comparação, enquanto um juiz em começo de carreira no Maranhão ganha mais de TRINTA MIL REAIS por mês, um professor da rede estadual — com jornada de 40 horas semanais — no mesmo estado, recebe pouco mais de SEIS MIL E OITOCENTOS REAIS.
Reportagem, Lívia Braz