LOC.: O Brasil alcançou em 2024 um marco histórico no aumento da renda da população e na redução da desigualdade. De acordo com o IBGE, o rendimento mensal real domiciliar per capita chegou a R$ 2.020 — o maior valor desde o início da série histórica, em 2012 — com alta de 4,7% em relação a 2023. A massa de rendimentos também bateu recorde, totalizando R$ 438,3 bilhões, impulsionada principalmente pela recuperação do mercado de trabalho.
A desigualdade social apresentou queda significativa. O índice de Gini, que mede a concentração de renda, recuou para 0,506 — o menor nível desde 2012. Outro dado expressivo foi a diferença entre os mais ricos e os mais pobres: o 1% com maior renda recebeu 36,2 vezes mais que os 40% com menor renda, índice também no menor patamar da série. Esses números indicam uma melhora mais forte nas faixas de renda mais baixas, beneficiadas tanto por ganhos no trabalho quanto por programas sociais.
O trabalho continua sendo a principal fonte de renda no país, respondendo por 74,9% do rendimento domiciliar per capita, com rendimento médio de R$ 3.225. A participação dos programas sociais ficou em 3,8%, ainda abaixo do pico de 2020, mas superior ao nível pré-pandemia. Em paralelo, a quantidade de brasileiros com algum tipo de rendimento chegou a 143,4 milhões, o maior contingente já registrado pela pesquisa.
Mesmo com os avanços, persistem grandes desigualdades regionais. O Distrito Federal lidera com a maior renda per capita (R$ 3.276), enquanto o Maranhão tem o menor valor (R$ 1.078). A Região Sul registra os melhores indicadores médios, enquanto o Nordeste continua com os mais baixos. A pesquisa do IBGE revela, contudo, que o país segue em trajetória de recuperação, com ampliação da renda, maior inclusão econômica e avanços importantes na redução das desigualdades.
Reportagem, Lívia Braz