LOC.: O plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) vai decidir se mantém parecer do ministro Cristiano Zanin pela suspensão da lei que prorrogou a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia — e de municípios de pequeno porte, até o fim de 2027. Zanin concedeu liminar favorável ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que questiona a validade da lei aprovada pelo Congresso.
A decisão do STF foi mal recebida pelas prefeituras, que desde o início do ano contavam com a redução dos encargos sobre a folha de pagamento. Quinho, prefeito de Belo Campo e presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB,) critica o governo por insistir na reoneração da folha de pagamento das cidades.
TEC./SONORA: Quinho, prefeito de Belo Campo e presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB)
“Os prefeitos e prefeitas baianos repudiam veemente a ação de judicialização do governo em relação à desoneração da folha, que estava sendo um alívio para os mais de cinco mil municípios brasileiros, em especial mais de 90% dos municípios aqui da Bahia."
LOC.: O setor produtivo também reagiu mal à liminar do ministro. Fernando Valente Pimentel, diretor-superintendente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), adverte que a decisão põe em risco a situação econômica das empresas e a manutenção dos empregos.
TEC./SONORA: Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit
"Se isso não tiver qualquer tipo de reversão na eventual decisão do Supremo, isso vai impactar, gerando renegociação de contratos e isso tudo impactando o preço. O impacto de preço é potencial redução de consumo, potencial redução de consumo significa potencial redução do número de quadros de empregados."
LOC.: No ano ado, o Congresso Nacional aprovou uma lei que prorrogou por mais quatro anos a desoneração da folha de pagamento para 17 setores da economia. O mecanismo permite que as empresas recolham impostos sobre o faturamento, em vez da tradicional contribuição previdenciária de 20% sobre os salários. Além disso, o projeto diminuiu de 20% para 8% a contribuição sobre a folha dos municípios de pequeno porte. O governo tentou reverter a lei por medida provisória, mas diante da insatisfação dos parlamentares, prefeitos e setor produtivo, acabou recuando. Agora, contudo, o governo resolveu levar a questão ao STF.
Reportagem, Felipe Moura.