LOC.: Um mês depois do segundo turno da eleição, acampados há 30 dias em barracas de lona, motorhomes e caminhões, cerca de três mil manifestantes ocupam a área em frente ao Quartel General do Distrito Federal.
São pessoas vindas de longe, de vários estados do país, que deixaram suas famílias e o trabalho para trás, em busca de uma resposta das Forças Armadas. Perlo menos, é que o que revelam muitos dos manifestantes que estão acampados ali ou que visitam o local com frequência. Vindo de Sorriso, MT, o zootecnista André Krappi, dirigiu 1500 quilômetros na última semana em direção a Brasilia.
TEC./SONORA: André Krappi, Zootecnista
“Viemos pra cá para ajudar na luta pela democracia no nosso país. Que o povo acorde ainda mais, o povo que tá aqui já acordou, mas tem muita gente que ainda não ta vendo o que está acontecendo, que é a falta de democracia.”
LOC.: Já a pecuarista Patiane Coutinho, trouxe marido, filho e os pais. Há duas semanas ela embarcou num ônibus rumo a Brasília. Deixou o trabalho, casa e conforto em Paragominas, no Pará. Foram 1800 quilômetros de estrada com uma criança de dois anos no colo e um casal de idosos. Sem data para voltar, ela conta como é a rotina no acampamento do QG.
TEC./SONORA: Patiane Coutinho, pecuarista
“Montamos barracas para ficar com as barraquinhas embaixo, tem cozinha, banheiro químico. Tem pessoas que am e abastecem a caixa d’água todo dia, é parecido com um banheiro de fazenda mesmo, é basicamente isso.”
LOC.: Os alojamentos são coletivos e ficam espalhados por toda a área ao redor do QG de Brasília. Os banheiros químicos são alugados pelos próprios manifestantes. Grandes barracas de lona foram montadas para oferecer comida. Eles produzem ali mesmo e servem às pessoas. Números de contas ficam disponíveis para que os manifestantes possam doar e colaborar. Segundo os acampados, não falta comida. A psicóloga Heloisa Ribeiro, contudo, narra as dificuldades que estão enfrentando no local.
TEC./SONORA: Heloísa Ribeiro, psicóloga
“Bem difícil, mas ninguém tá ando necessidade. Mas muito frio, muita chuva, alaga muito. Mas quem tá aí não tá se incomodando com isso. Temos banheiro químico, banho nós amarramos um barrilzinho e tomamos banho de torneirinha, de filtro e comida veio bastante, todo mundo que bem de lá traz mais doação, não falta. Inclusive a gente serve até muita gente que a por lá pedindo.”
LOC.: Grande parte das cidades brasileiras onde há quartéis do exército, tem manifestantes da direita reunidos. Mas muitos, para ficar mais próximos dos poderes executivo e judiciário, saíram de suas cidades e vieram para a capital do País. Eles alegam que não vão deixar o quartel até terem uma resposta do Exército, sobre o futuro do país.
Reportagem, Lívia Braz