LOC.: As ferrovias brasileiras podem ter um outro cenário em 2030. Isso porque o Governo Federal espera duplicar a malha rodoviária do país em 10 anos, contanto com a participação da iniciativa privada por meio do Programa de Parceria de Investimentos (PPI). Atualmente, o modo ferroviário corresponde a 15% da matriz de transporte brasileiro e o plano do Executivo é chegar a 30% ainda nesta década.
A expansão da malha tem relação direta com o agronegócio, já que um dos objetivos é reduzir o custo e melhorar a eficiência logística do setor, que hoje depende basicamente do modal rodoviário. A ideia é conectar as ferrovias aos portos brasileiros.
O transporte de cargas por ferrovias é caracterizado pela grande volumetria de material carregado por grandes distâncias, como explica José Augusto Valente, engenheiro e ex-secretário de Política Nacional de Transportes do então Ministério dos Transportes do primeiro mandato do ex-presidente Lula.
TEC./SONORA: José Augusto Valente, engenheiro
“A vantagem competitiva do modal ferroviário é transportar grandes volumes de carga a grandes distâncias. Por exemplo, a estrada de ferro Carajás. Hoje a malha ferroviária transporta granel, minério de ferro. São cargas com baixo valor.”
LOC.: Inicialmente, há o planejamento de investimento em três novas ferrovias. A Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL); a Ferrogrão; que vai ligar o Centro-Oeste ao estado do Pará; e a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO). Essas linhas, segundo o Ministério da Infraestrutura, devem receber investimentos da ordem de R$ 14 bilhões nos próximos anos.
O Executivo quer leiloar à iniciativa privada, até o fim do governo, mais de 100 ativos em vários modais, incluindo aí as ferrovias, as rodovias e os aeroportos.
O secretário Nacional de Transportes Terrestres, Marcello da Costa, destaca que a modernização da malha ferroviária vai aumentar a velocidade média dos trens e diminuir o tempo de transporte de cargas.
TEC./SONORA: Marcello da Costa, secretário Nacional de Transportes Terrestres.
“Ainda temos velocidades ferroviárias baixas no Brasil. Com essa modernização em cima da malha, que basicamente foi construída no início de 1900, vai aumentar a velocidade média, aumentar a capacidade dos nossos vagões, e uma parte muito importante, vai aumentar a segurança.”
LOC.: O Tribunal de Contas da União (TCU) autorizou a renovação antecipada dos contratos de concessão da Estrada de Ferro Vitória a Minas e da Estrada de Ferro Carajás, istradas pela mineradora Vale. Os contratos, que se encerrariam em 2027, foram estendidos por mais 30 anos. O contrato original da Malha Paulista, que venceria em 2028, também foi renovado pelas próximas três décadas.