Voltar

ou

Cadastro de mídia
Congresso Nacional - Foto: Agência Senado
Congresso Nacional - Foto: Agência Senado

Congresso Nacional aprova proposta orçamentária para 2021

Texto destina R$ 119,6 bilhões para Educação e R$ 125,7 bilhões para Saúde


O Congresso Nacional aprova a proposta orçamentária para 2021. No texto, as receitas foram estimadas em R$ 4,324 trilhões; as despesas foram fixadas em R$ 2,576 trilhões e o teto de gasto fechou em R$ 1,486 trilhão; ou de forma mais exata, R$ 1,480 trilhão, pois há despesas do ano ado a serem quitadas neste ano, e outras previstas para 2021, que ficarão para 2022.

O texto aprovado pelos parlamentares considera um valor de R$ 1.067 para o salário mínimo, que desde janeiro de 2021 vale R$ 1.100. Cabe ao Poder Executivo propor ajustes.

O PLN 28/2020 foi aprovado com 346 votos favoráveis e 110 contrários, na votação da Câmara dos Deputados, e 60 votos a favor e 12 contrários, no Senado. Houve uma abstenção em cada Casa. O texto segue agora para sanção presidencial.

Arte - Brasil 61

O texto do relator-geral, senador Marcio Bittar (MDB-AC), também sugere uma melhora de 3,2% do PIB nacional, em 2021 – cenário otimista, se comparado à queda de 4,1% em 2020. 

A meta fiscal para 2021 ficou com um déficit de R$ 247,1 bilhões para o Governo Central, que inclui Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência. No ano ado, o déficit foi de R$ 743,1 bilhões. 

O déficit total para o setor público consolidado (União, estados, DF e municípios) foi estimado em R$ 251,1 bilhões – valor recorde, equivalente a 3,21% do PIB. Caso o saldo negativo seja menor que o previsto, os recursos extras deverão ser usados para abatimento da dívida pública. Inclusive, a peça orçamentária destina R$ 1,603 trilhão para refinanciamento desse débito.

Com isso, sobra R$ 1,171 trilhão para a Seguridade Social (aposentadorias e benefícios), R$ 1,405 trilhão para o custeio da máquina pública federal e R$ 144,4 bilhões para investimento.

Educação e Saúde

O texto aprovado pelo Congresso Nacional destina R$ 119,6 bilhões para a Educação – acima do piso constitucional (R$ 55,6 bilhões). Desses, R$ 19,6 bilhões são de complementação da União para o Fundeb. No ano ado, o valor total do orçamento para Educação foi de R$ 110,65 bilhões, segundo o Portal da Transparência do governo federal.

Na Saúde serão investidos R$ 125,7 bilhões – pouco acima do piso constitucional (R$ 123,8 bilhões). No entanto, o valor é menor se comparado ao orçamento de 2020 de R$ 187,51 bilhões, informado pelo Portal da Transparência. O orçamento poderá aumentar, ao longo de 2021, com projetos de créditos aprovados pelo Congresso, caso necessário, como ocorreu em 2020, com a pandemia da Covid-19.

“Nós aumentamos o dinheiro para educação e para saúde; garantimos o recurso para continuidade da pesquisa sobre a vacina brasileira, que vai acontecer ainda neste ano; garantimos a continuidade no orçamento de mais de R$ 20 bilhões para que o governo federal possa continuar comprando vacinas”, afirmou o senador Marcio Bittar.

A professora da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora do Comitê-DF da Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, Catarina de Almeida Santos, comenta que o orçamento para a Educação deveria ser incrementado, especialmente nos anos de pandemia.

“Quando chega em 2020, com a questão da pandemia, nós temos o processo de fechamento das atividades presenciais; a necessidade de prover equipamentos tecnológicos para estudantes e professores; depois, com a reabertura, a adequação das escolas, para que se possa ter uma retomada segura. Não há possibilidade de continuidade do ensino remoto, com mínimo de qualidade, sem mais orçamento”, avalia.

Novo Fundeb terá aumento gradativo da União até alcançar 23% em cinco anos

MG: Projeto “Mãos Dadas” fortalece a cooperação entre estado e municípios na Educação

O economista Helder Lara avalia o orçamento para a Saúde, em meio à pandemia da Covid-19 e ressalta a importância da vacinação.

“Caso consigamos acelerar a vacinação nos próximos meses, é possível um cenário que a pandemia seja controlada, o número de casos seja reduzido, e a necessidade de aporte nessa área seja menor. Caso contrário, é provável que a pandemia seja um problema durante o ano inteiro, o que claramente torna insuficiente esse valor de 125 bilhões”, avalia.

Arte - Brasil 61

Censo 2021

A proposta de orçamento para 2021 retirava R$ 1,75 bilhão do Censo Demográfico, previsto para ocorrer este ano. Durante a votação no Congresso, o senador Marcio Bittar retirou outros R$ 169,7 milhões, não restando mais nada para gastar na ação. No texto enviado pelo Poder Executivo, estavam previstos R$ 2 bilhões para o procedimento.

A contagem populacional deveria ocorrer em 2020, mas foi adiada devido à pandemia. 

O especialista em orçamento público, César Lima, comenta como a medida pode prejudicar os municípios ao receberem os rees do Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

“O Fundo de Participação dos Municípios tem várias faixas de acordo com a população do município. Se tal localidade teve um crescimento populacional muito grande, mas ainda não houve um censo para ratificar esse crescimento, o município ainda está recebendo em faixas inferiores à população que ele realmente tem.” Segundo o especialista, a situação inversa também pode ocorrer: municípios que tiveram redução de sua população e continuam recebendo mais do que deveriam.

FPM: Municípios recebem R$ 3,3 bi nesta sexta, referentes à segunda parcela de março

Regra de Ouro

A chamada “regra de ouro” é um mecanismo constitucional que proíbe o governo de pegar empréstimos para pagar despesas como salários, aposentadorias e custeios da máquina pública. No entanto, no inciso 3º do artigo 167 da Constituição Federal, diz que o governo pode pegar um crédito suplementar desde que aprovado por maioria absoluta no Congresso.

Para isso, foi apresentado aos parlamentares um montante de R$ 451,1 bilhões para pagamento de custeio e da seguridade. Assim, esses gastos serão computados por fora do Projeto de Lei Orçamentária Anual e terão que ser futuramente autorizados por, no mínimo, 257 deputados e 41 senadores.

Receba nossos conteúdos em primeira mão.

LOC.: Congresso Nacional aprova proposta orçamentária para 2021. No texto, as receitas foram estimadas em R$ 4,32 trilhões; as despesas foram fixadas em R$ 2,5 trilhões e o teto de gasto fechou em R$ 1,4 trilhão. O texto também destina R$ 119,6 bilhões para Educação e R$ 125,7 bilhões para Saúde. 

O relator-geral, senador Marcio Bittar, comenta a medida.

TEC./SONORA: senador Marcio Bittar, MDB-AC

“Nós aumentamos o dinheiro para educação e para saúde; garantimos o recurso para continuidade da pesquisa sobre a vacina brasileira, que vai acontecer ainda neste ano; garantimos a continuidade no orçamento de mais de R$ 20 bilhões para que o governo federal possa continuar comprando vacinas.”


LOC.:  A peça orçamentária retirava R$ 1,75 bilhão do Censo Demográfico, previsto para ocorrer este ano. Durante a votação no Congresso, o senador Marcio Bittar retirou outros R$ 169,7 milhões. César Lima, especialista em orçamento público, comenta como a medida pode prejudicar os municípios.

TEC./SONORA: César Lima, especialista em orçamento público

“O Fundo de Participação dos Municípios tem várias faixas de acordo com a população do município. Então se o município teve um crescimento populacional muito grande, mas ainda não houve um censo para ratificar esse crescimento, ele ainda está recebendo em faixas inferiores à população que ele realmente tem.”


LOC.: O texto segue agora para sanção presidencial.

Reportagem, Paloma Custódio

NOTA

LOC.: Congresso Nacional aprova proposta orçamentária para 2021. No texto, as receitas foram estimadas em R$ 4,32 trilhões; as despesas foram fixadas em R$ 2,5 trilhões e o teto de gasto fechou em R$ 1,4 trilhão. O texto também destina R$ 119,6 bilhões para Educação e R$ 125,7 bilhões para Saúde.

A peça orçamentária retira quase todo o valor destinado para o Censo Demográfico, inviabilizando a ação, o que – segundo o especialista em orçamento público, César Lima, pode prejudicar os municípios ao receberem os rees do Fundo de Participação dos Municípios.

O texto segue agora para sanção presidencial.

Reportagem, Paloma Custódio