LOC.: Programa de Regularização Fundiária e Melhoria Habitacional, do Ministério do Desenvolvimento Regional, vai regularizar mais de 100 mil imóveis de famílias de baixa renda, até o fim de 2021. Desse total, 20 mil receberão adequações em suas moradias.
Para aderir ao programa – que faz parte do Projeto Casa Verde e Amarela – o gestor público municipal precisa ar um sistema, que será disponibilizado no portal do Ministério do Desenvolvimento Regional, a partir de 1º de fevereiro. Em seguida, as empresas privadas poderão selecionar o núcleo urbano informalizado e propor uma estratégia de regularização fundiária. A proposta é analisada pelo poder público local e, se aceita, segue para análise do MDR. As selecionadas deverão ser apresentadas ao agente financeiro habilitado, para análise de viabilidade técnica, jurídica e econômica, com objetivo de contratar a operação de financiamento, a ser reado à família beneficiada.
Por fim, após a contratação das operações de regularização fundiária, cabe aos municípios e ao Distrito Federal selecionar as famílias contempladas. Por isso, é fundamental que as famílias interessadas mantenham o cadastro sempre atualizado junto às prefeituras.
Além da regularização fundiária, o Programa também prevê a reforma e ampliação dessas moradias, que não atendem padrões mínimos de desenvolvimento humano, como imóveis que enfrentam problemas de deterioração, falta de banheiro, cobertura ou piso, instalações elétricas ou hidráulicas inadequadas, entre outros.
O especialista em Direito Imobiliário, Vinicius Vasconcelos, ressalta a importância da melhoria habitacional.
TEC./SONORA: Vinícius Vasconcelos, especialista em Direito Imobiliário.
“É fundamental, para ter um bom desenvolvimento humano, ter um lar descente, adequado, em que você possa repousar, [que tenha] a função social da propriedade. É um programa que visa também melhorar a condição humana”.
LOC.: Já para o professor e pesquisador da Universidade de Brasília, o urbanista Frederico Flósculo, não é possível haver habitações adequadas sem investir no desenvolvimento humano.
TEC./SONORA: Frederico Flósculo, professor e pesquisador da Universidade de Brasília.
“O grande conjunto de programas habitacionais, que desconsideram o desenvolvimento humano e urbano, trata a habitação como se fosse uma questão de crédito bancário, de financiamento de casas, de contratos com sindicatos da indústria da construção civil, achando que o número de casas tem a ver com a qualidade de vida das pessoas”.
LOC.: Segundo o professor Frederico Flósculo, os governos precisam investir em educação profissional e em geração de emprego, para que aumente a fonte de renda da população.
O Projeto Casa Verde e Amarela, do governo federal, reúne inciativas habitacionais para ampliar o estoque de moradias e atender as necessidades habitacionais da população. O projeto prioriza famílias em situação de risco e vulnerabilidade, lares comandados por mulheres, além de famílias compostas por pessoas com deficiência, idosos, crianças e adolescentes. A expectativa é beneficiar 1,6 milhão de famílias até 2024.
Reportagem, Paloma Custódio