LOC.: Enquanto a maioria dos estados brasileiros tenta incentivar o uso de gás natural, o Espírito Santo, quarto maior distribuidor do país com 5,3 milhões de metros cúbicos por dia, se preocupa em alavancar ainda mais o mercado local. O combustível, usado como matéria-prima na indústria e para geração de energia, já faz parte da vida dos moradores e do setor produtivo da Região Metropolitana de Vitória e das cidades de Aracruz, Anchieta e Cachoeiro de Itapemirim.
Para popularizar de vez o produto, parlamentares no Congresso Nacional discutem o PL 6.407/2013, que pretende baratear o preço do gás natural por meio da abertura de mercado e da ampliação de gasodutos pelo país. Conhecido como Nova Lei do Gás, o projeto é uma das apostas para reaquecer a economia e retomar a atividade industrial capixaba. O deputado Evair de Melo (PP-ES) defende que acabar com o monopólio da Petrobras no setor é a principal medida para expandir a comercialização.
TEC./SONORA: Evair de Melo, deputado federal
“Estou convencido de que, tirando esse monopólio da Pretrobras, o gás vai se tornar muito mais ível, mais barato, ando por processos menos burocráticos para que possa ser disponibilizado a todos os brasileiros. Vamos ter um aumento substancial da competitividade. Isso é bom para o mercado e vai gerar inúmeras outras oportunidades.”
LOC.: Informações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgadas mensalmente sobre a produção de petróleo e gás natural, demonstram que a estatal é responsável pela operação de mais de 90% de toda a produção do combustível, além de istrar a maioria dos campos de gás, gasodutos, termelétricas, transportadoras, distribuidoras e revendedoras.
Como solução ao problema ligado à infraestrutura suficiente, o PL 6.407/13 sugere que companhias precisem apenas de autorização da ANP, que regula o setor no país, em vez de ar por licitação pública para construir essas estruturas, como estabelece a atual legislação. Segundo o diretor da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) e coordenador-adjunto do Fórum do Gás, Bernardo Sicsú, essa mudança regulatória é importante para reduzir a burocracia, fator que hoje trava o prolongamento da malha de distribuição e transporte até áreas interioranas.
TEC./SONORA: Bernardo Sicsú, diretor da Abraceel e coordenador-adjunto do Fórum do Gás
“A partir de um modelo concorrencial que está proposto na Nova Lei do Gás, o consumidor terá à disposição maior número de ofertantes. Assim, ele poderá contratar o gás natural em melhores condições. A partir de um maior número de ofertantes, o preço do gás será menor. Portanto, o consumidor final será o grande beneficiário.”
LOC.: A expectativa do atual relator na Câmara, deputado Laercio Oliveira (PP-SE), é que a Nova Lei do Gás seja votada até o fim de julho. O texto, em sua tramitação normal, aria pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, mas há articulação entre parlamentares para que possa ser analisado diretamente em Plenário.
Reportagem, Marquezan Araújo