LOC.: O deputado federal Paulo Bengtson (PTB-PA) considera que a ratificação do Protocolo de Nagoya pode atrair investimentos para a região amazônica e contribuir para a preservação da biodiversidade brasileira. O acordo assinado pelo Brasil em 2011 prevê o o a recursos genéticos e a repartição dos benefícios obtidos com a exploração da diversidade biológica.
A matéria, que está em análise no Senado e já ou pela Câmara, estabelece que os países têm soberania sobre seus recursos genéticos. Com isso, a exploração de plantas, animais ou micro-organismos nativos por empresas ou organizações estrangeiras a a depender de autorização expressa das nações detentoras. O que é considerado por Paulo Bengtson um avanço na política ambiental.
TEC./SONORA: Paulo Bengtson, deputado federal.
“Nós temos na região amazônica a maior biodiversidade do mundo. As nossas espécies nativas estão sendo conhecidas não apenas na questão de alimentos, mas na parte medicinal e cosmética. O protocolo vem para trazer uma segurança jurídica para nós e na proteção dos nossos produtos.”
LOC.: O extrativismo, uma das principais atividades econômicas do Pará, pode ser beneficiado. Isso porque o tratado internacional define que os lucros de produção e a venda de produtos elaborados com recursos genéticos serão obrigatoriamente compartilhados com o país de origem, por meio do pagamento de royalties, estabelecimento de parcerias, transferência de tecnologias ou capacitação.
Apenas em 2018, o mercado de açaí (polpa, mix e pó) gerou receita próxima de R$ 684 milhões para a economia local, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca do Pará (Sedap). Segundo Paulo Bengtson, o estado, que é o maior produtor de açaí do país, ganha força no mercado internacional com esse e outros produtos naturais.
TEC./SONORA: Paulo Bengtson, deputado federal.
“Há muitas árvores nativas que precisam dessa proteção legal para que possam ganhar o mundo. O açaí já ganhou o mundo inteiro e é um produto amazônico. O protocolo vai trazer benefícios, não só para a região amazônica, especificamente falando do estado do Pará, em que nossos produtos não serão patentados lá fora. Poderemos produzir mais e melhor.”
LOC.: O acordo internacional, que já foi ratificado por 126 países, foi criado pela Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) e entrou em vigor em 2014. Caso o tratado seja referendado também no Senado, o Brasil a a ter direito a voto na elaboração das regras internacionais sobre a repartição de benefícios, ou seja, o país a a ter participação direta na agenda internacional da biodiversidade.