LOC.: O presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou o envio de 31 tanques de guerra para uso dos militares ucranianos no conflito contra a Rússia. O comunicado foi feito na última quinta-feira (26) na Casa Branca, dois dias depois da data que marcou 11 meses do início do embate. Na ocasião, Biden garantiu que a medida não se trata de uma ameaça contra o presidente russo, Vladimir Putin.
Com a escalada das tensões, o cenário mundial fica mais incerto, o que, de acordo com o professor e economista Cesar Bergo, inclui o Brasil.
TEC./SONORA: Cesar Bergo, economista
“Indiretamente, o Brasil acaba também sendo afetado, porque você reduz as relações comerciais entre Brasil e Europa, você provocou uma inflação maior no mundo, o próprio mercado americano trabalhou a política monetária subindo a taxa de juros, isso afetou o preço do dólar também.”
LOC.: Acontece que o impacto no mercado brasileiro foi positivo. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/IBRE), a balança comercial do país fechou o ano de 2022 com um superávit, ou seja, o valor das exportações foi maior do que o das importações, de US$ 61,8 bilhões.
TEC./SONORA: Cesar Bergo, economista
“A balança comercial brasileira foi beneficiada porque as commodities aumentaram de preço. O Brasil é altamente exportador não só de grãos, mas também de petróleo bruto, então afetou positivamente a economia nesse sentido.”
LOC.: A análise do Ibre indica justamente que as restrições da oferta agrícola associadas à guerra na Ucrânia foram um fator preponderante para esse resultado, uma vez que elevaram os preços agrícolas. O assessor técnico da Confedeação Nacional da Agricultura, Lucas Martins, alerta que, se por um lado a demanda pelos produtos agrícolas subiu, por outro, também aumentou os custos de produção.
TEC./SONORA: Lucas Martins, assessor técnico da CNA
“Desde o início dos conflitos, em fevereiro de 2022, os fertilizantes dispararam. Os produtores rurais precisam desses insumos para garantirem a produção das lavouras e o alto custo fez com que os produtores precisassem se programar muito mais em relação ao momento de compra desses insumos e de venda da safras. A safra atual de grãos, a safra 2022-23, tá sendo a safra mais cara da história. Os produtores nunca desembolsaram tanto para colocar as culturas no solo.”
LOC.: Bergo e Martins concordam que a continuidade do conflito não é bom para nenhuma parte envolvida, seja direta ou indiretamente.
Reportagem, Álvaro Couto.