LOC: Pesquisa divulgada pelo IBGE nesta terça-feira (28) apontou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15, o IPCA-15, compreendido como uma cesta de produtos e serviços consumida pela população, apresentou alta de 0,44% em maio. O resultado corresponde a 0,23 pontos percentuais acima da taxa registrada em abril, de 0,21%.
No ano, o IPCA-15 acumula alta de 2,12% e, em 12 meses, de 3,70%, abaixo dos 3,77% observados nos 12 meses anteriores.
Para o economista e advogado Alessandro Azzoni, Bacharel em Ciências Econômicas pela Faculdade Metropolitanas Unidas (FMU), o aumento da taxa do IPCA pode ter impacto, inclusive na taxa Selic.
"Se nós tivermos um impacto diretamente pelo IPCA nós podemos ter uma redução na taxa Selic que pode se estacionar. Lembrando que essa última discussão onde baixou 0,25% da taxa Selic já foi discutida; houve uma discussão dentro do Copom sobre esse viés, então se nós tivermos uma crescente no IPCA, como o IPCA-15 dá prévia, pode ser que nós tenhamos em uma próxima reunião do Copom uma manutenção da taxa Selic para não ter redução.”
LOC: Segundo os resultados da pesquisa, oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram resultados positivos em maio, sendo que as maiores variações estão nos setores de Saúde e cuidados pessoais; e Transportes. Newton Marques, economista, mestre e doutor membro do Corecon-DF, explica o motivo desse cenário.
“Então, a gente pode dizer que essa pressão não é por excesso de demanda, são preços que são reajustados de acordo com a elevação dos custos. Então se há uma desvalorização cambial, por exemplo, isso provoca pressão no grupo do Transporte e no grupo da Saúde.”
LOC: Com relação aos índices regionais, todas as onze localidades analisadas na pesquisa registraram alta no mês de maio, sendo que a maior variação foi registrada em Salvador, com 0,87%, por conta das altas da gasolina, batendo em 6,89%, e energia elétrica residencial, em 3,26%.
Já o menor resultado ocorreu no Rio de Janeiro, com 0,15%, que apresentou queda nos preços do feijão preto e das carnes.
Em razão da situação de calamidade pública na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a coleta de preços na modalidade remota foi intensificada, permanecendo, também, a coleta em modo presencial quando possível.
Reportagem, Carol Castro