LOC.: Informações falsas têm gerado preocupação entre microempreendedores individuais e autônomos nos últimos dias, após a Receita Federal revogar uma norma sobre o monitoramento de transações via PIX. Veja as principais informações para esclarecer dúvidas e orientar pequenos negócios sobre como manter a gestão fiscal em dia e evitar problemas com o fisco.
A norma revogada determinava que transações a partir de 5 mil reais realizadas por pessoas físicas, e de 15 mil reais por pessoas jurídicas, deveriam ser comunicadas à Receita Federal. A legislação vigente já exige que bancos e cooperativas de crédito comuniquem à Receita Federal as movimentações financeiras de seus clientes. Os valores monitorados atualmente são de a partir de 2 mil por mês para pessoas físicas e de 6 mil para empresas.
O especialista em Direito Tributário Sandro Miguel Júnior ressalta que, após a revogação da instrução normativa, foi editada uma medida provisória que proíbe a taxação e a cobrança adicional em transações feitas por meio do PIX.
TEC./SONORA: Sandro Miguel Júnior, especialista em Direito Tributário e membro do escritório Ernesto Borges Advogados
“O Pix acaba equivalendo ao dinheiro em espécie, o que significa que nenhum imposto, taxa ou contribuição pode incidir sobre seu uso. A medida provisória também garante sigilo e segurança nas transações, além de instituir um canal para denúncias. Outro ponto importante para os pequenos negócios é a proibição de cobranças adicionais em operações realizadas via Pix, algo que está expressamente vedado pela medida.”
LOC.: No Brasil, cerca de 40 milhões de trabalhadores estão na informalidade. Entre os 16 milhões de MEIs cadastrados, 6,78 milhões estão inadimplentes com impostos e têm até 31 de janeiro para regularizar as pendências no Simples Nacional, evitando a exclusão do regime simplificado.
O governo ressalta que trabalhadores informais e microempreendedores individuais inadimplentes ficam excluídos dos benefícios oferecidos pela rede de proteção social, como aposentadoria por idade ou invalidez, auxílio-doença e salário-maternidade.
A professora e pesquisadora em Economia da PUC de São Paulo, Cristina Helena Mello, explica que uma gestão fiscal adequada elimina preocupações para os empreendedores.
TEC./SONORA: Cristina Helena Mello, professora e pesquisadora em Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)
“Se você conta com o auxílio de um profissional que orienta sobre questões tributárias, realiza o pagamento de impostos corretamente, mantém a empresa legalizada, emite notas fiscais e faz os registros necessários, não há motivo para preocupação.”
LOC.: Cristina Mello ainda destaca que, ao prestar serviços sem emitir nota fiscal, sem registros e sem recolher impostos, o empreendedor atua fora da lei, mesmo que não esteja cometendo um ato imoral. Nesse contexto, a melhor solução é abrir um MEI o quanto antes e regularizar a situação.
Em 2025, o imposto mensal do MEI foi reajustado para 75 reais e 90 centavos, correspondente a 5% do salário mínimo. No caso do MEI caminhoneiro, o valor aumentou de 169 reais e 44 centavos, 12% do salário mínimo.
Além do pagamento mensal, o MEI tem a obrigação de emitir nota fiscal ao realizar transações com pessoas jurídicas. Para vendas ou serviços prestados a pessoas físicas, a emissão continua sendo opcional.
Desde setembro de 2023, a emissão de notas fiscais eletrônicas pelos MEIs ou a ser feita exclusivamente pelo sistema nacional, deixando de ser realizada pelos sites das prefeituras.
Com informações do IBGE e da Secretaria da Receita Federal, reportagem, Nathália Guimarães