LOC.: Um projeto de lei em tramitação na Câmara dos Deputados prevê o registro automático, no Brasil, de remédios validados pelas agências federais dos Estados Unidos e União Europeia. De autoria do deputado Márcio Labre, do PSL fluminense, a proposta pretende dar mais agilidade aos procedimentos da Anvisa, órgão responsável pelo controle nacional de medicamentos.
Para ser registrado no Brasil, um medicamento ou insumo farmacêutico estrangeiro precisa ter comprovado o registro no país de origem e ar por um segundo processo de verificação de requisitos documentais e de segurança e eficácia de acordo com a legislação brasileira. A autorização pela Anvisa se daria, segundo o PL, desde que sejam fornecidos à agência brasileira, no pedido de registro, as mesmas informações concedidas às mencionadas entidades estrangeiras.
O deputado Márcio Labre defende que o registro automático dos produtos aprovados pelas agências norte-americana e europeia vai ampliar a oferta aos brasileiros.
TEC./SONORA: deputado federal Márcio Labre (PSL-RJ)
“Teríamos um ganho substancial de melhoria na oferta de uma série de produtos fármacos já comercializados lá fora, inclusive salvando muitas vidas e melhorando significativamente a qualidade de vida de muitas pessoas. Oferta que, aqui, fica travada na Anvisa por anos e anos, presa à uma série de burocracias.”
LOC.: O farmacêutico hospitalar Warlen Miller, especialista em farmácia clínica e atenção farmacêutica, corrobora a justificativa do projeto de lei. Ele acredita que agências como a FDA têm uma competência “inquestionável” em relação à estudos científicos e aos impactos que o medicamento pode causar às pessoas. Miller cita o caso de pacientes com esclerose lateral amiotrófica, doença que causa paralisia muscular.
TEC./SONORA: Warlen Miller, especialista farmácia clínica e atenção farmacêutica.
“Esses pacientes precisam de uma série de suplementos vitamínicos que, infelizmente, são proibidos aqui, no Brasil. Muitas vezes, o paciente tem que ir aos Estados Unidos para buscar esses princípios ativos, porque infelizmente, com a burocracia, é difícil conseguir uma ação judicial para ter esse princípio ativo e o complexo vitamínico. Geraria uma série de empregos e investimento da iniciativa privada, aqueceria nossa economia.”
LOC.: Outro aspecto que poderia melhorar no país, segundo o especialista, é a economia. Ele explica que muitas empresas que são detentores das patentes e têm autorização para produzir os medicamentos, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, poderiam ar a produzi-los no Brasil.
O PL 3533/2019 foi apensado ao PL 2036/2019, de autoria do deputado federal Hiran Gonçalves (PP-PR). Esta proposta pretende acelerar o procedimento de registros e aguarda a escolha de um relator na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
Reportagem, Sara Rodrigues