LOC.: Em 2022, os estados e o Distrito Federal registraram superávit de R$ 41,6 bilhões. O resultado representa uma queda de 65,7% em relação a 2021, quando o saldo positivo foi de 121,5 bilhões de reais
O economista e coordenador de MBA da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro Rochlin, aponta os possíveis motivos para essa redução, quando comparado ao ano anterior.
TEC./SONORA: Mauro Rochlin - economista FGV 1
“Os estados viram o seu ICMS sobre combustíveis e energia elétrica serem reduzidos por uma decisão do Congresso, isso afetou fortemente o caixa dos estados. Em junho do ano ado, o governo zerou os impostos federais, por outro lado as despesas dos estados foram pressionadas, principalmente por despesas com pessoal”.
LOC.: Em 2022, o aumento da despesa com pessoal, de outras despesas correntes e dos investimentos foi superior ao IPCA verificado no ano (5,79%).
O consultor de orçamento César Lima fala sobre a importância desse saldo positivo.
TEC./SONORA: César Lima - consultor
“Esse superávit financeiro é bom para se iniciar o ano sem precisar fazer operações de crédito, como adiantamento de receita orçamentária, então impacta diretamente na vida das pessoas, porque o estado deixa de se endividar para financiar as suas despesas no início do ano. A questão também da queda é que o governo federal injetou muito dinheiro em estados e municípios durante a pandemia, o que já não aconteceu em 2022 e 2023”.
LOC.: Os estados do Pará (13,7%), em Santa Catarina (11,0%) e no Amapá (9,3%) foram os que apresentaram variações reais mais positivas nas receitas primárias.
Para Mauro Rochlin, o estado ter tido mais ou menos receita não significa necessariamente algo bom ou ruim, porque depende da situação em que ele se encontra.
TEC./SONORA: Mauro Rochlin - economista FGV 2
“Para alguns estados ter um bom resultado é fundamental. Se for puxar o exemplo do Rio de Janeiro, mas poderia ser de Minas Gerais também, que são estados que têm hoje uma capacidade financeira extremamente comprometida, um resultado positivo significa que o estado está se recuperando, recuperando a sua capacidade de investir”.
LOC.: Os números foram divulgados nesta semana no Boletim de Finanças dos Entes Subnacionais, do Tesouro Nacional.
Reportagem, Yumi Kuwano