LOC.: Um novo estudo divulgado pela Confederação Nacional de Municípios, a CNM, revela que a situação fiscal das prefeituras atingiu o pior cenário da história. Dados parciais referente ao encerramento de exercício mostram que 54% dos entes estão no vermelho. O déficit chega a R$ 33 bilhões.
De acordo com o levantamento, entre os fatores que contribuíram para esse quadro estão a crescente necessidade de pessoal para prestação de serviços. Além disso, são apontados como motivos as contratações de prestadores de serviços, despesas de custeio e com funcionalismo, locação de mão-de-obra e investimentos em obras e instalações.
A entidade já considerava o cenário em 2023 preocupante, quando 51% dos municípios estavam no vermelho, com um déficit de R$ 17 bilhões. O novo estudo revela que, agora, a deterioração é mais generalizada, afetando os entes independentemente do porte populacional. Além disso, dos 26 estados, 19 também acumulam déficits primários em 2024.
O estudo da CNM também aponta que o volume de despesas tem aumentado à frente das receitas. No caso dos municípios de pequeno porte, o déficit ou de R$ 0,4 bilhões para R$ 5,8 bilhões. Em relação aos entes de médio porte, o rombo saiu de R$ 2,2 bilhões e foi para R$ 8,4 bilhões. Já quanto às grandes cidades, ou de R$ 12,7 bilhões para R$ 18,5 bilhões.
Mesmo que o levantamento revele que a situação atinge todos os portes de municípios, os casos mais graves estão nas localidades populosas, com 65% de déficit; e nos pequenos municípios, com 57% de déficit.
Ainda segundo a CNM, a partir dos dados que constam no Relatório Resumido de Execução Orçamentária de 2024, corrigidos pela inflação, pelo IPCA, a entidade tem chamado atenção para as consequências do aumento de despesas primárias, influenciada pelo custeio da máquina pública, no processo de deterioração das contas públicas.
Segundo o presidente da Confederação, Paulo Ziulkoski, “o funcionalismo público da União e dos estados cresceu 2,4% e 10,2%, entre 2010 e 2022. E a folha de pagamento dos municípios aumentou 31%, para dar conta das políticas públicas, o número de funcionários ou de 5,8 milhões para 7,6 milhões".
Reportagem, Marquezan Araújo