LOC.: O Congresso nacional aprovou, nesta quinta-feira (22), a Proposta de Emenda à Constituição, PEC nº 42/2022, que viabiliza o pagamento do piso nacional de enfermagem. A proposta já havia sido aprovada pelo Senado Federal na terça-feira (20)
A PEC direciona recursos do excedente financeiro de fundos públicos e do Fundo Social para financiar o piso salarial nacional da enfermagem no setor público; além de entidades filantrópicas e de prestadores de serviços, com um mínimo de atendimento de 60% de pacientes do Sistema Único de Saúde.
A conselheira nacional de saúde que representa a Associação Brasileira de Enfermagem, Francisca Valda, destaca que a promulgação foi uma grande conquista para todos os trabalhadores da área.
TEC./SONORA.: Conselheira nacional de saúde, representante da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben)
“Este ato de promulgação da emenda constitucional conclui um processo longo de reparação de uma dívida histórica, com 60% dos trabalhadores da área da saúde, que estão no campo da equipe de enfermagem”.
LOC.: Atualmente, o piso salarial muda de acordo com o órgão e cidade. De acordo com a Pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, realizada pelo Conselho Federal de Enfermagem, Cofen, e Fundação Oswaldo Cruz, Fiocruz, 45% dos profissionais de enfermagem recebiam salários abaixo de 2 mil reais.
No dia 4 agosto deste ano, foi sancionada a Lei 14.434 que fixa um piso salarial de R$ 4.750 para enfermeiros, de R$ 3.325 para técnicos de enfermagem e de R$ 2.375 para auxiliares e parteiras. Um mês após a aprovação da lei, o Supremo Tribunal Federal (STF) decretou a suspensão temporária, questionando as fontes de custeio, já que poderia ser insuficiente para o pagamento desses salários.
O assessor de comunicação do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal, Laércio Tomaz, enfatiza a urgência de ver o piso concretizado no próximo mês.
LOC./SONORA.: Assessor de comunicação do Conselho Regional de Enfermagem do Distrito Federal, Laércio Tomaz, enfatiza a urgência de ver o piso concretizado no próximo mês.
“A gente espera que já em janeiro de 2023 o pagamento do piso já esteja nos contracheques dos profissionais e a gente consiga de uma vez por todas erradicar os salários miseráveis que ainda afeta uma grande parte da categoria”.
LOC.: A enfermeira Andressa Magalhães, de 27 anos, trabalha em um hospital público em Guarujá, cidade paulista, e afirma que essa é uma vitória para a classe.
TEC./SONORA.: Enfermeira Andressa Magalhães, de 27 anos
“Eu vi que foi aprovado e acho que tava mais do que na hora, porque existe muito subemprego. Enfermeiro, técnico, auxiliar, ganhando muito mal, salários que não são compatíveis, infelizmente aceitam porque precisam ou porque precisam de experiência”.
LOC.: De acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), para cumprir o novo piso será necessário incremento orçamentário anual de R$ 4,4 bilhões para os municípios, R$ 1,3 bilhão para os estados e R$ 53 milhões para a União.
O texto sustenta que o valor destinado às despesas correntes e valores transferidos pela União aos fundos de saúde, dos estados, do Distrito Federal e municípios, ficará fora do teto de gastos da União. Além disso, fica estabelecido um período de transição para contabilizar o piso nos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal.
Reportagem, Nathália Guimarães.