LOC: Municípios do Rio Grande do Sul ainda sem oferta de gás natural podem ter, em breve, a opção do uso do combustível em lares e indústrias locais. A Sulgás planeja aumentar a rede de distribuição de gás natural em 423 quilômetros até 2024 – hoje, a rede gaúcha tem 1.212 quilômetros. A ampliação da infraestrutura depende da abertura e concorrência no mercado, o que, atualmente, esbarra no monopólio da Petrobras.
Para encurtar esse caminho e garantir oferta suficiente, o estado pode se beneficiar da aprovação da Nova Lei do Gás, proposta que tramita no Congresso Nacional desde 2013. O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), um dos autores do projeto, afirma que o objetivo é baratear o preço e democratizar o o ao combustível em regiões distantes da costa brasileira.
TEC./SONORA: deputado Domingos Sávio (PSDB-MG)
“O mercado atual está fechado e cartelizado, com praticamente 100% sobre o controle da Petrobras e de outras estatais. Não há investimentos para ampliar a malha de gasoduto no Brasil. Com a nova lei, daremos segurança jurídica para que a iniciativa privada possa participar ativamente, construir e levar gasodutos a várias partes do país, gerando novos investimentos.”
LOC.: A projeto da Sulgás é atender sete novos municípios nos próximos quatro anos: Gramado, Canela, Lajeado, Santa Cruz do Sul, Viamão, Portão e Estância Velha. Atualmente, segundo a companhia estadual, 42 cidades são abastecidas, sendo 25 com rede de distribuição e 17 por Gás Natural Comprimido (GNC).
O atual relator da matéria na Câmara, deputado Laercio Oliveira (PP-SE), elenca benefícios de quem consome o gás natural, como menor degradação ambiental por ser uma energia mais limpa, fornecimento contínuo e diminuição nos custos de operação e manutenção na comparação com outros combustíveis. Oliveira garante que o texto está pronto para ser votado e vai deixar para trás anos de atraso no setor.
TEC./SONORA: deputado Laercio Oliveira (PP-SE)
“Hoje, o PL encontra maior apoio do governo federal e do Fórum do Gás, que representa mais de 60 associados. O projeto está maduro, fruto de muitas discussões na Comissão de Minas e Energia. Aceitamos as opiniões de quem pensa contrário, mas podemos avançar nas discussões. O que temos como certeza é que tudo que foi construído até aqui tem o consenso da maioria.”
LOC.: Se aprovada na Câmara, a Nova Lei do Gás poderá reduzir a burocracia para construção de gasodutos. Segundo a última redação votada em 2019, o processo de concessão atualmente é “muito burocrático”, o que impediu a ampliação dessa infraestrutura desde 2009, quando o sistema de concessão de gasodutos foi regulamentado por lei. Para corrigir isso, a norma propõe que as companhias precisem apenas de autorização da ANP, em vez de ar por licitação pública, como é exigido hoje.