Voltar

ou

Cadastro de mídia
Novas diretrizes da PNDR e os obstáculos para promover o crescimento regional de maneira sustentável foram detalhados no evento. (Foto: Hélio Montferre/Ipea)
Novas diretrizes da PNDR e os obstáculos para promover o crescimento regional de maneira sustentável foram detalhados no evento. (Foto: Hélio Montferre/Ipea)

MIDR apresenta avanços da PNDR e desafios do desenvolvimento regional no Brasil

Em comemoração aos 60 anos do Ipea, especialistas discutem políticas públicas territoriais na atual agenda governamental: a interação entre atores e instituições


O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) apresentou, durante o seminário de 60 anos do Ipea, os avanços da Política Nacional de Desenvolvimento Regional (PNDR) e os desafios para reduzir as desigualdades entre as regiões do Brasil. Por meio da Secretaria Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial (SDR), foram detalhadas as novas diretrizes da PNDR, além dos obstáculos para promover o crescimento regional de maneira sustentável.

Com o objetivo de aprofundar a reflexão sobre os rumos do desenvolvimento territorial em um cenário de constantes mudanças, o evento "Políticas Públicas Territoriais na Agenda Governamental Atual: Atores e Instituições em Interação", realizado nos dias 17 e 18 de setembro, busca contribuir para a construção de um desenvolvimento mais ajustado aos desafios do momento.

De acordo com a secretária de Desenvolvimento Regional, Adriana Melo, a nova Política Nacional de Desenvolvimento Regional, no contexto das mudanças estruturais em tempos de crise, é um tema prioritário para o governo. “Durante esta gestão, identificamos a necessidade de atualizar e modernizar alguns instrumentos. Quando analisamos o cenário recente, especialmente nas últimas décadas, percebemos um contexto permeado por crises, mas também por algumas oportunidades que surgiram em decorrência delas”, destacou Adriana.

Além dos objetivos gerais da PNDR, Adriana Melo ressaltou as áreas de atuação da pasta, com foco no apoio a produtores e empresas (por meio de fundos, incentivos e programas) e no fortalecimento das cadeias produtivas, destacando o papel da Codevasf no desenvolvimento dos vales do São Francisco e do Parnaíba. Ela também mencionou as parcerias com cooperativas, universidades, governos locais e o setor privado. Essas iniciativas fazem parte de um processo mais amplo de transformação do modelo de desenvolvimento brasileiro, evidenciado pelos recentes investimentos em infraestrutura, a nova política industrial e o Plano de Transformação Ecológica.

“O Brasil vive um novo ciclo de desenvolvimento. Estamos retomando os investimentos em infraestrutura econômica e social, com o novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento); a política industrial com novas bases (NIB), orientada por missões, inovadora, inclusiva, descarbonizada e altamente digitalizada, ancorada na inovação; e a transição para o modelo proposto pelo Plano de Transformação Ecológica do Ministério da Fazenda. Tudo isso está sendo incorporado aos nossos instrumentos de políticas públicas”, afirmou a secretária.

Adriana também mencionou os problemas que ainda precisam ser enfrentados, como a oferta insuficiente de serviços públicos, a baixa integração produtiva e a urbanização precária. “Há uma distribuição desigual dos serviços públicos, o que impacta a qualidade de vida de grupos populacionais que, muitas vezes, precisam se deslocar para outros centros em busca de suas necessidades”, observou.

Luciana Mendes, presidente do Ipea, ressaltou que o programa do seminário foi estruturado para, durante os dois dias de trabalho, apresentar, em sessões de debate, resultados de pesquisas do Ipea e reflexões de acadêmicos e especialistas governamentais sobre políticas territoriais sugeridas. “Às vezes, olhamos as regiões apenas como recortes. Observamos estados, municípios, regiões, mas não como objetos de análise, nem como uma estrutura analítica que precisa ser integrada ao processo de formulação de políticas públicas. Isso faz toda a diferença, porque, quando encaramos apenas como um recorte, consideramos a população como parte de uma área, mas não vemos a região como um contexto, como diria Milton Santos, de fluidez, território vivido, que precisa ser pensado em sua densidade”, concluiu Luciana.

No primeiro dia do evento, foram realizadas duas sessões de debate. A primeira focou na dimensão regional do desenvolvimento, com ênfase na PNDR. A segunda sessão abordou o federalismo brasileiro, discutindo questões como a coordenação de políticas públicas, os arranjos federativos atuais e a proposta de novos modelos. Além disso, foram avaliados os consórcios públicos como ferramentas para a construção de consensos e a mediação de dissensos políticos em torno de políticas territoriais relevantes.

Fonte: MIDR

Receba nossos conteúdos em primeira mão.

LOC.: O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, apresentou, por meio da Secretaria Nacional de Políticas de Desenvolvimento Regional e Territorial, os resultados, planos e desafios da Política Nacional de Desenvolvimento Regional, a PNDR, no seminário de comemoração de 60 anos do Ipea, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

‌Presente no evento, a secretária Adriana Melo apresentou os objetivos gerais da PNDR, bem como os projetos contemplados por ela, os desafios e os planos a longo prazo.

"Quando a gente fala, né, do contexto, né, quando a gente analisa um pouco o contexto dos anos recentes, especialmente nas últimas décadas, a gente observa que ele é um contexto permeado, recheado, né, como mencionou a Luciana, de crises, né, mas também de algumas oportunidades que surgiram derivadas até mesmo dessas crises, né? E o Brasil, né, o Brasil vive agora um novo ciclo do seu processo de desenvolvimento, a retomada do investimento público no e infraestrutural, na estruturação, políticas públicas aí, como grandes apostas que estão sendo defendidas e definidas. Eu entendo que a gente vive um momento agora de reforçar seus instrumentos, instrumentalizar bem a PMDR, né, e ancorar suas iniciativas valorizando o que foi produzido nas regiões a partir dos planos regionais e das apostas estratégicas nesses planos. TRDNE com interiorização e inovação, TRDA com a bioeconomia, a PRDCO com a integração de valor e diversificação, isso tudo alinhado, como a Virginia bem comentou, com o PPA já nas agendas e já avançando aí no nível gerencial do PPA com os programas alinhados aos planos."

LOC.: O programa do seminário foi pensado para, nos dois dias de trabalho, apresentar, em sessões de debates, resultados de pesquisas realizadas no Ipea, bem como reflexões de acadêmicos e experts governamentais sobre políticas territoriais sugeridas.

Conforme destacou Luciana Mendes, presidente do Ipea, o evento foi uma oportunidade de aprofundar a reflexão nacional sobre rumos do desenvolvimento territorial adequados aos desafios do momento.

"A gente, às vezes, olha a região como um recorte. Vamos olhar estados, municípios, regiões, mas não como objeto de análise, não como efetivamente uma estrutura analítica a qual tem que ser incorporada no processo de pensar a política pública. Isso faz toda a diferença, porque quando é recorte, eu estou pensando a população como a parte de uma região, mas não a região como, de fato, um contexto, como diria Milton Santos, de fluidez, território vivido e que tem que ser pensado na sua densidade. Nós estamos fazendo um conjunto de eventos ao longo dos 60 anos para fazer duas discussões. Uma discussão sobre o que nós contribuímos até agora para o debate e quais são os desafios que se colocam para essa instituição para se pensar daqui para a frente de forma cada vez mais orgânica, mais inserida no debate do desenvolvimento nacional."

LOC.: Para saber mais sobre as ações do Governo Federal em Desenvolvimento Regional, e mdr.gov.br.

Reportagem, Mayra Christie